O governador Cid Ferreira Gomes atribuiu a paralisação de Fortaleza, no último dia 3 de janeiro, a uma "boataria geral". "Foi mais um terror de comunicação do que uma insurgência", afirmou ontem, após concluir uma visita à obra do Centro de Eventos do Ceará.
Naquele dia, a Capital ficou em clima de feriado, em decorrência da greve da Polícia Militar, que durou cerca de sete dias, de 29 de dezembro a 4 de janeiro. "Foi um momento dramático", relembrou.
Contatos
"Logo que começou a greve, entrei em contato com o Ministério da Defesa, Casa Civil e Gabinete da Segurança Institucional", todos do governo Federal. Nos foi enviada a Força Nacional".
Segundo o governador, os casos que chegaram a seu conhecimento, por meio do senador Inácio Arruda e do secretário da Fazenda, Mauro Filho, não se confirmaram. Familiares dos dois relataram acontecimentos em um hospital particular e na avenida Monsenhor Tabosa.
"Liguei para o hospital e pedi imagens das câmeras instaladas na Monsenhor Tabosa e não houve nem tiroteio, nem arrastão nesses lugares". Para ele, o que houve decorreu de "uma predisposição ao medo".
Sensível
Cid Gomes disse ainda que prefere "passar um apagador e não comentar mais" sobre este assunto. "Este movimento está ocorrendo em outros estados. É nacional", comparou. "Acontece que os trabalhadores não se conformam apenas a reposição da inflação. E isto chegou a uma categoria muito sensível", em referência à Polícia.
O tom do governador foi ameno de comparado às declarações de seu irmão, o ex-governador Ciro Ferreira Gomes. Na semana passada, Ciro não mediu palavras para classificar o movimento dos policiais e bombeiros militares. Chamou os servidores de ´bandidos fardados, covardes, que usam mulheres e crianças como escudo".
As declarações de Ciro Gomes tiveram uma imediata reação dos representantes das categorias da Segurança Pública, que prometerem processar o ex-chefe do executivo cearense.
Os militares aguardam, agora, o cumprimento dos termos do acordo entre as partes.
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