Proposta diz que cada escola deve montar próprio calendário de reposição
Na primeira reunião com representantes do Governo do Ceará após a suspensão da greve que durou 64 dias, os professores da rede estadual propuseram à Secretaria de Educação (Seduc), nesta segunda-feira (10), que cada escola fique encarregada de montar os próprios calendários de reposição de aulas. Segundo o presidente do sindicato dos professores (Apeoc), Anísio Melo, a proposta foi acatada pela secretária de educação, Izolda Cela, e um mapa regional de reposição também está sendo elaborado para auxiliar na organização das instituições.
A reunião desta segunda-feira também trouxe avanços significativos nas negociações, de acordo com a Apeoc. “A reunião foi positiva, pois foi fechada a metodologia de negociações e houve a abertura dos números do orçamento do Estado”, disse Anísio Melo. O presidente do sindicato afirmou ainda que as equipes técnicas da Apeoc e do Governo começam a trabalhar nesta terça-feira (11) analisando os números orçamentários. “O objetivo é acelerar uma visualização da proposta antes do prazo de 30 dias e, por isso, as reuniões serão realizadas agora duas vezes por semana, nas segundas e nas sextas”, explica Anísio.
Intensificação dos debates
Para acelerar o processo de negociação, o sindicato pretende conciliar o debate político com o debate técnico. “Os onze parâmetros definidos na ultima reunião é que vão permear os debates daqui pra frente”, adianta o presidente da Apeoc. Entre os parâmetros, estão a discussão do atual plano de cargos e salários dos professores cearenses; a valorização da pós-graduação, especialistas, mestres e doutores; e a realização de concurso público em 2012. Confira todos os pontos discutidos na ata de reunião disponível no site do sindicato.
Reivindicação
A principal reivindicação da categoria é a repercussão do salário entre os professores com ensino superior. Os professores com ensino médio tiveram o salário reajustado de R$ 800 para R$ 1.187. O reajuste não foi repassado aos demais professores, reclama o sindicato.
Representantes do Fundo de Participação da Educação (Fundeb) propuseram um aumento de salário usando verba do próprio fundo, sem onerar o Estado para aumentar o salário dos professores. A proposta do Fundeb reajusta o salário dos professores com ensino médio para R$ 1.400 (em vez do atual R$ 1.187) e de professores com ensino superior para R$ 1.820, (atualmente é R$ 1.400). A secretária de Educação do Estado, Izolda Cela, diz que a reivindicação dos professores é “irrealizável”.
Verdes Mares
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